Cientistas norte-americanos trabalham em óculos de realidade virtual (VR) que prometem recriar as sensações dentro e fora da boca. Focado em tornar a experiência no Metaverso ainda mais imersiva, o dispositivo permitiria que os usuários conseguissem sentir até mesmo um beijo, dado dentro do mundo digital, tudo isso sem nenhum componente a mais, além do VR. Além dos lábios, as ações efetuadas em ambiente virtual podem ser sentidas nos dentes e na língua.
De acordo com os pesquisadores do Future Interfaces Group, grupo de pesquisa da Universidade de Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, responsável pelo experimento, a boca foi escolhida por ser um membro do corpo que, geralmente, é negligenciado pelas soluções criadas para VR/AR. Ela ocupa o segundo lugar em termos de sensibilidade e densidade de mecanorreceptores, atrás apenas da ponta dos dedos. Geralmente, os produtos feitos para realidade virtual focam em sons e imagens e não em sensações táteis.
A solução criada pelo grupo não adiciona nada que realmente toque nos lábios. Usando o que parece ser um Meta Quest 2, óculos VR da ex-Facebook, os pesquisadores inseriram uma série de sensores ultrassônicos focados na boca do usuário. Eles funcionam sem a necessidade de acessórios adicionais ou outro hardware configurado ao redor.
“Igualmente importante, a proximidade da boca com dispositivo oferece uma oportunidade significativa para ativar efeitos táteis na boca sem a necessidade de passar fios ou usar um acessório extra”, explicam os cientistas, que optaram por preservar o máximo de expressão facial possível.
O equipamento não parece ser dos mais confortáveis, já que inclui uma série de sensores acoplados que podem pesar o produto no rosto, mas simular a sensação de toque torna a discussão sobre como devemos interagir dentro do Metaverso ainda mais interessante.
Os pesquisadores mostraram em vídeo que os transdutores podem fazer mais do que apenas simular um toque suave. “Quando combinados com feedback gráfico coordenado, os efeitos são convincentes, aumentando o realismo e a imersão. Construímos uma variedade de demonstrações sensoriais, incluindo pingos de chuva, respingos de lama, teias de aranha e insetos rastejantes”, diz o grupo.
Isso significa que, ao pulsar em padrões específicos, os óculos poderiam recriar a sensação de um objeto deslizando pelos lábios ou vibrações que possibilitariam ao usuário “beber” uma bebida virtual e até mesmo sentir um beijo. Caso seja comercializado no futuro, poderemos visualizar o primeiro romance no metaverso sentido fisicamente.