A Meta lançou um novo recurso na segunda-feira que permite que os criadores monetizem vídeos - do Facebook - que apresentam músicas de grandes artistas como Post Malone e Tove Lo.
Ao incentivar os criadores a permanecerem dentro dos limites legais do uso de música em suas plataformas, a Meta pode tranquilizar a indústria da música de que leva a sério a violação de direitos autorais.
Os criadores terão acesso a uma biblioteca de músicas licenciadas pela Meta e poderão monetizar vídeos que apresentam músicas licenciadas com anúncios. Esses criadores receberão um corte de 20% da receita publicitária, enquanto a Meta e os detentores dos direitos musicais dividem o resto. Mas o novo sistema tem regras básicas: os vídeos qualificados devem ter pelo menos um minuto de duração e a música não pode ser o objetivo principal do vídeo.
O YouTube também oferece aos usuários acesso a uma biblioteca de música licenciada, mas você não encontrará nenhum líder nas paradas – é principalmente música de fundo. Enquanto alguns dos que usam música sem permissão precisam frequentar a “Copyright School” ou encerrar seus canais, outros podem deixar seus vídeos com a estipulação de que o detentor dos direitos autorais obtenha a receita do anúncio. Nesse caso, não parece que o criador recebe um corte.
(Licensed Music library - Foto: Meta)
O anúncio da Meta vem de encontro com dois desenvolvimentos que revelam a tensão da empresa com a indústria da música. No fim de semana, a editora de música Kobalt informou seus escritores e parceiros que seu contrato de licenciamento com a Meta expirou e que está em processo de retirar 700.000 músicas do Facebook e Instagram de nomes como The Weeknd e Paul McCartney. Em um memorando obtido pela Music Business Worldwide, Kobalt não citou nenhum motivo específico, mas disse que “permaneciam diferenças fundamentais que não conseguimos resolver em seu melhor interesse”.
Na semana passada, a Meta foi processada pela empresa de música sueca Epidemic Sound, que licencia música de fundo e efeitos sonoros para conteúdo de criadores. A Epidemic Sound afirma que 1.000 de seus trabalhos foram carregados e usados nas plataformas da Meta sem licença. “A Meta criou ferramentas – Original Audio e Reels Remix – que incentivam e permitem que seus usuários roubem a música da Epidemic do conteúdo de vídeo postado por outro usuário e usem em seus próprios vídeos subsequentes, resultando em violações exponenciais na plataforma Meta, nas mãos da Meta”, diz a reclamação. A Meta se recusou a comentar o processo.
A nova ferramenta da Meta para monetizar vídeos com música não aborda o uso de música em Reels, mas pode atrair criadores para longe da violação de direitos autorais, dando a eles uma fatia do bolo. Vídeos que usam música não licenciada podem ser silenciados ou bloqueados, e infratores reincidentes podem ter suas contas desativadas.
Se funciona ou não (o que é um grande “se”), Meta e os gigantes da indústria da música precisarão descobrir algo. Como observa, o Facebook e o Instagram são grandes demais para a indústria ignorar, mas o Meta precisa manter o acesso aos líderes das paradas se quiser competir com o TikTok e o YouTube.