Com o aporte de U$ 23 milhões do banco Goldman Sachs e do fundo Redpoint eventures à plataforma de comércio eletrônico Olist, anunciado na semana passada, o mercado de martechs (empresas que unem tecnologia a estratégias de marketing) nacionais está prestes a chegar ao patamar de U$ 1 bilhão em investimentos, com 324 acordos assinados.
O valor foi calculado no mais recente relatório do hub de inovação Distrito, que contém dados de Março. Segundo o estudo, o ecossistema brasileiro de startups tem 668 martechs, 14% delas com mais de cem funcionários. As que mais empregam, atualmente, são a Neoway (485 colaboradores), Semantix (301) e RankMyApp (208 funcionários).
Neste ano, em pouco mais de um trimestre, os investimentos totais nessas startups já atingiram 95% do valor registrado em todo o ano passado (R$ 202 milhões). E, de acordo com David Laloum, ex-CEO da agência Y&R, que desde Novembro é sócio e chefe de estratégia do Distrito, vem muito mais por aí.
"As empresas estão atravessando uma mudança profunda de mindset. Antes, as métricas eram números como receita e lucro. Agora, a efetividade também é medida pelo sucesso do relacionamento com os clientes, objeto de trabalho de diversas startups", declara.
(Foto: Getty Images)
6 categorias de martechs Segundo a análise do Distrito, entram na categoria de martechs as startups que realizam distribuição de campanhas de publicidade; criação de conteúdo; monitoramento de redes sociais; automação de vendas; análise de dados e relacionamento com o cliente.
A categoria de relacionamento com o cliente lidera o ranking do Distrito em número absoluto de empresas, com 211 startups brasileiras - veja, abaixo, a porcentagem de cada uma no ecossistema nacional, segundo o levantamento do hub.
"Empresas têm virado 'destinos' dos consumidores. Em breve, três ou quatro companhias poderão resolver todos os problemas e desejos dos consumidores. Esta é a grande corrida. E os destinos vencedores serão aqueles que oferecerem uma melhor experiência ao cliente, com uma oferta mais completa", declara Laloum.
'Não há empreendedorismo sem tecnologia' Para ele, as martechs têm papel fundamental nesses aspectos. "Elas são importantíssimas na constituição dos canais de relacionamento, na automação das vendas, nas ferramentas de pagamento e na organização de todos estes dados, por exemplo. Hoje não há empreendedorismo que não passe por tecnologia", diz. Confira a divisão das startups por categoria, segundo a análise do Distrito:
- relacionamento com o cliente: 31,59% (211)
- distribuição de campanhas de publicidade: 22,46% (150)
- vendas e canais: 18,26% (122)
- conteúdo e experiência: 13,17% (88)
- análise de dados: 8,53% (57)
- social: 5,99% (40)
- Total: 688.