Anunciado em 2021, o Real Digital pode estrear, ainda de modo experimental, nesta quinta-feira (20).
A informação foi revelada por um integrante do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT), programa de inovações do Banco Central do Brasil e Fenasbac, para a Folha de São Paulo. O Real Digital não será uma criptomoeda, mas uma moeda com lastro do governo.
Desde a apresentação da moeda, o Banco Central realizou ações com o público e stakeholders para desenvolver os possíveis usos do Real Digital. O LIFT é uma das ações criadas e possui, entre seus participantes, Itaú, Santander, Visa, Mercado Bitcoin e Febraban.
A moeda digital pode gerar dúvidas sobre qual é a sua diferença em relação a uma criptomoeda. Em comum, as duas são digitais, “não palpáveis”. Porém, o Real Digital será centralizado, emitido pelo próprio Banco Central do Brasil e com um valor estável — seus R$ 10 digitais valerão R$ 10 de arara.
Ou seja, uma extensão do Real físico. Já uma criptomoeda, como o Bitcoin, é descentralizada.
(Foto: Istoé)
Uma vantagem do Real Digital é que o usuário não será obrigado a ter uma conta bancária para utilizar o dinheiro, este será guardado em uma carteira virtual. O gerenciamento da transação será realizada em algum sistema do governo — provavelmente do próprio Banco Central — direto com o cidadão.
A CBDC também facilita o uso do dinheiro em viagens internacionais. Por mais que o PIX seja muito prático, ele só funciona no Brasil. Com o Real Digital, o usuário poderá viajar e converter a moeda diretamente no país de destino. Na parte da segurança, é esperado que o Real Digital seja desenvolvido dentro da tecnologia blockchain.
Crimes financeiros podem ser monitorados com mais detalhes, permitindo que órgãos de controle compreendam de maneira mais profunda os fluxos de dinheiro.