Falta de patrocínio cancela Prêmio da Música Brasileira 2019

Falta de patrocínio cancela Prêmio da Música Brasileira 2019

Por Rodrigo Dhakor

José Maurício Machline anunciou que a edição de 2019 do Prêmio da Música Brasileira não irá acontecer. O produtor que fez do prêmio uma inegociável noite de gala, relatou que desde que a Petrobras anunciara a saída de cena como grande patrocinadora em abril deste ano, a produção do evento correu em busca de patrocínios, mas não obteve sucesso.

"Havia boas intenções, mas sem nenhuma verba", disse Machline, de acordo com a revista Veja.

A busca por patrocinadores não foi frutífera. "O Governo de São Paulo ofereceu o teatro, mas não conseguiria ter a verba para fazermos da maneira como o prêmio sempre foi realizado. Seria então um prêmio menor. Acho que assim não teria a cara do que sempre foi.", contou o produtor. Ele disse que o Governo do Rio de Janeiro também fez uma proposta, mas ele não aceitou. "Além das limitações, eu prefiro fazer sempre com dinheiro privado", disse.

(Foto Divulgação Prêmio da Música Brasileira)

Com o passar do tempo, Machline resolveu anunciar o canelamento da 29ª edição. Ele contou que, mesmo se conseguisse um patrocinador hoje para o evento, teria problemas com datas e cronologia das coisas. "O ano letivo da validade dos lançamentos vai até 31 de dezembro de 2018. Muitos artistas já estão com discos novos lançados depois desse dia, com shows novos.", disse o produtor. "Para evitar um prêmio frio, resolvi não fazer", continua Machline.

O produtor disse ainda que não sabe se consegue ou não fazer o prêmio no ano que vem. E que, se conseguir, não imagina que será no Rio ou em São Paulo.

"Há uma indefinição das próprias leis de incentivo, as pessoas não sabem no que vai dar", ele diz, sobre os prováveis patrocinadores. "O momento é complicado em termos culturais, estamos com muitas mudanças.", finalizou.

Pela primeira vez em 32 anos, o Prêmio da Música Brasileira foi cancelado. Mais um importante patrimônio cultural que vai se perdendo, e que pode ser além de um "ataque" ideológico e financeiro, também um extremo reflexo da hostilidade do regime contra a cultura.