O rapper carioca MV Bill lançou na última sexta-feira (27) o seu mais novo single "Quarentena", que já está disponível em todas as plataformas digitais.
A letra se refere ao distanciamento social pela pandemia de coronavírus e orienta às pessoas para que elas fiquem em casa e se higienizem de acordo com as orientações do Ministério da Saúde.
Trechos ainda reforçam a dificuldade do combate ao vírus nas comunidades carentes e cobrando que o governo faça algo. "Alguém avisa pra esses ‘cara’ que a gripe é mundial e a cada dia o número de infectados dispara. As ruas estão vazias, assim que tem que ser. Marcar uma temporada em casa se quiser viver", dispara Bill.
"A Organização Mundial de Saúde avisou/Fizeram pouco caso, chefe de Estado demorou/Perderam tempo com coisa que não interessa/Quem tem noção do vírus tá com medo, tá com pressa", diz mais um trecho da letra.
A música e o vídeo foram gravados pelo próprio MV Bill, dentro de seu apartamento, na Zona Oeste do Rio, em função do isolamento social sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O equipamento foi emprestado pelo cineasta e amigo, Rodrigo Felha, com quem já trabalhou em outros vídeos, inclusive, no filme "Falcão - Meninos do Tráfico".
"O Felha veio aqui, deixou a câmera e me instruiu. Eu já tinha uma certa experiência, mas as dicas sempre valem. Eu fiquei com mais medo da contaminação. Desinfetei tudo antes de começar o trabalho. O processo de pós-produção foi todo à distância, via internet, e levamos uma semana até o lançamento. Isso, porque eu sabia da mudança constante dessa pandemia, o que significa que amanhã a quarentena pode nem existir mais. O momento de informar é esse", afirma MV Bill.
Em entrevista, MV Bill disse que os moradores das favelas brasileiras não seriam capazes de entrar em quarentena porque precisam trabalhar e descer para buscar comida porque ninguém entrega na favela.
Disse que a economia tinha que continuar funcionado para quem tem salários precários. "Acho que um ponto importante é o Brasil não parar. As coisas precisam continuar funcionando, a gente precisa também pensar na economia, mas a gente não pode condenar as pessoas à morte", disse.
"Uma das coisas que mais me preocupa nesta pandemia é a falta de informação das pessoas, que ainda não estão acreditando muito na letalidade desse vírus," afirmou, por email. "Mesmo tendo exemplos como na Itália, ainda tem pessoas que estão ignorando", finaliza.