Por Rodrigo Dhakor
Quatro anos depois de ter sido barrado no aeroporto de Londres, o rapper Tyler, The Creator está de volta ao Reino Unido para desta vez apresentar os shows da turnê do seu recente álbum "Igor".
O rapper de 28 anos foi proibido de entrar no Reino Unido por um período de três a cinco anos em 2015, o que resultou no cancelamento da sua agenda de shows nos festivais de Reading e Leeds em promoção ao seu terceiro álbum "Cherry Bomb".
A ex-Primeira Ministra Theresa May, que era a Secretária do Interior na época, enviou uma carta à assessoria de Tyler alegando que parte de seu material de estúdio "encorajava a violência e era intolerante à homossexualidade", além de "fomentar o ódio com visões que buscam provocar outros para atos terroristas".
(Fotos timeincuk)
Em uma entrevista ao The Guardian, Tyler discutiu a proibição e seu recente retorno ao país. "Ela se foi, então eu voltei", rindo durante a conversa, referindo-se à demissão de May no início deste ano. Tyler, alegou também ter entrado até na lista de terroristas "no fly" da American Airlines.
O músico explicou à agência que desfazer a proibição foi um processo longo e desafiador. "Foi meio estúpido, e depois de um tempo eu fiquei tipo: eu nem quero voltar", ressalta."Mas era mais questão de princípio, então eu estou feliz por ter voltado. Sinto que venci uma luta invisível".
Tyler passa longe de ser o rapper perfeito assim como suas letras, mas tudo fica bem quando acaba bem. Então finalmente Tyler está de volta ao Reino Unido e Theresa May não chega nem perto mais de uma grande decisão política.
O trabalho apresentado pelo rapper continua a reverberar de forma criativa. O disco que dita a turnê internacional é o primeiro registro de inéditas do artista californiano em dois anos, o trabalho de 12 faixas e pouco menos de 40 minutos de duração deixa as rimas em segundo plano para investir na composição das batidas e temas instrumentais.
Para a produção do trabalho, produzido, gravado e composto pelo próprio artista, Tyler contou com a colaboração de diferentes vozes da música negra dos Estados Unidos. São nomes como Kanye West, parceiro não creditado em Puppet, Frank Ocean (Running Out of Time), A$sap Rocky (New Magic Wand), Pharrell Williams (Are We Still Friends?) e Playboy Carti (Earfquake). O registro conta ainda com a presença do britânico King Krule (Gone, Gone / Thank You) e a breve interferência de Santigold, além, claro do veterano Al Green.