Por Rodrigo Dhakor
No último fim de semana, a Billboard anunciou uma novidade na forma de ranquear os álbuns que integram o famoso Billboard 200, que traz à tona os discos mais ouvidos de cada semana.
Agora, streams de plataformas de vídeo como o YouTube, por exemplo, farão parte da contabilização dos votos, assim como Apple, Spotify e Tidal, outras plataformas que entraram na contagem.
As paradas da Billboard são historicamente vistas como um termômetro de sucesso na indústria da música. Os rankings são feitos com base nos dados fornecidos pela Nielsen SoundScan.
(Foto Billboard)
A Billboard vai considerar a quantidade de reproduções de vídeos musicais nas plataformas para sua classificação dos álbuns mais vendidos nos Estados Unidos, levando em conta os padrões atuais de consumo de música.
A classificação de músicas ou singles contabiliza desde 2013 o número de visualizações na plataforma de vídeo do Google, mas não era o caso em relação aos álbuns.
Apenas vídeos oficiais, publicados diretamente pelos proprietários dos direitos das músicas ou em seu nome, serão levados em consideração, informou a Billboard.
De 1940 até 2005 só eram contabilizadas as vendas físicas de discos, antes de acrescentar os downloads pagos. A partir de 2013, foi incluído o acesso via streaming.
(Foto Youtube)
Agora, de acordo com os novos critérios da Billboard, 3.750 acessos numa plataforma gratuita, como YouTube, equivalem a venda de um álbum. Para plataformas pagas, o número é de 1.250 acessos.
Desde 2013 a empresa já conta visualizações do YouTube para outros de seus rankings, como o Hot 100, que funciona como uma parada de canções de sucesso. Essa novidade visa considerar "apenas conteúdo de vídeo licenciado oficial enviado por ou em nome de titulares de direitos", com a intenção de evitar qualquer potencial manipulação de números de streaming.
É válido perceber que essas alterações entram em vigor nos gráficos de 18 de janeiro de 2020, que refletem as vendas e as visualizações do período de 3 a 9 de janeiro. "Nosso objetivo é refletir com precisão as mudanças no cenário da música", afirmou Deanna Brown, presidente da Billboard-The Hollywood Reporter Media Group. "Nossa decisão de adicionar o YouTube e outros dados de streaming de vídeo às paradas de álbuns reflete a evolução contínua do mercado de consumo de música e as razões pelas quais os consumidores se conectam ao conteúdo relacionado ao álbum", acrescentou.
Por sua vez, Lyor Cohen, diretor global de música do YouTube, chamou as mudanças de "um momento muito importante para tornar uma representação mais precisa do que as pessoas estão ouvindo" e declarou o seguinte: "Gêneros como latino, hip-hop e eletrônico, que dominam consistentemente as paradas do YouTube, agora serão reconhecidos adequadamente por sua popularidade. Esse é outro grande passo para reunir o YouTube e o setor, e somos muito gratos à Billboard e o negócio da música em geral por fazer essa adição".