Você sabia que a Oakley — criada por Jim Jannard em uma garagem na Califórnia em 1975 — não nasceu produzindo óculos experimentais, mas sim uma manopla para motocross?
Sim. Décadas depois, ela se transformou em uma potência global no segmento de eyewear, tornando-se referência em inovação e reconhecida por seus óculos de lentes iridescentes e design futurista.
Hoje, aos 50 anos, a Oakley – parte do grupo Essilor Luxottica, segue mais jovem do que nunca. Consolidada como uma referência em seu segmento, a marca mantém uma relação intrínseca com o universo esportivo — e com algumas de suas principais estrelas — além de cultivar uma base fiel de fãs e colecionadores, especialmente no Brasil.
A marca sempre correu na frente quando o assunto era desempenho. Mas, de uns tempos pra cá, deixou de mirar só os olhos dos atletas e passou a enxergar o que move a cultura. Ela adotou uma linguagem que circula nas ruas, nas pistas de skate e nas redes sociais e, no Brasil, voltou a ser assunto sem deixar de ser Oakley.
Entre collabs certeiras e escuta ativa da comunidade, a marca se aproximou da chamada Creator economy e virou desejo no Brasil e no mundo.
Para quem não sabe, Creator economy, ou simplesmente, economia dos criadores, é um mercado que surgiu com a ascensão das redes sociais e com o surgimento de formas cada vez mais elaboradas de produção de conteúdo. No princípio eram blogs. Depois vieram as redes sociais de textos ou fotos.
Caio Amato é o brasileiro à frente desse movimento mundial e atualmente tenta entender a conexão Oakley x Brasil e toda a influência do mercado brasileiro na marca.
"Eu não sei explicar essa conexão, é muito diferente do resto do mundo, no Brasil existe uma participação na vida das pessoas, da comunidade que enxergam os produtos da Oakley como um objeto de pertencimento ... ", ressalta Amato.

(Caio Amato, novo presidente global da Oakley - Foto: Oakley)
"... Nos sentimos homenageados e quando as pessoas usam Oakley é como se elas tivessem abraçando a gente e pra gente isso é a maior honra do mundo. Você pode me perguntar ‘e as falsificações que tem muito? Um X-Metal custa 5 mil reais, quem tem 5 mil reais? Então quando eu vejo uma falsificação eu fico triste porque a lente é muito ruim, te faz mal mas ao mesmo tempo eu me sinto homenageado da mesma forma porque a gente, como marca, não poderia querer um amor maior do que o amor que a gente tem no Brasil, então esse é o sentimento, de muito amor, de querer retribuir isso pra eles de alguma forma, de querer valorizar as comunidades do Brasil até o Brasil entender o quanto elas são ricas em cultura, em tudo, então o nosso papel no Brasil é trazer essa comunidade pro mainstream", finaliza.
Sinônimo de luxo, lá fora, o fenômeno é muito peculiar e ressignificado aqui no Brasil. A Oakley é muito presente e faz sucesso na periferia com os seus Juliets. O amor que a quebrada sente pela Oakley é algo que a marca se orgulha demais.

(Foto: Arquivo Pessoal)
É interessante ver como nos Estados Unidos, toda a indústria e a cultura é influenciada massivamente pela periferia. Travis Scott é um ícone que veio dessa cultura. No Brasil, algumas pessoas têm dificuldade em entender que a periferia é, sim, dominante e influencia tudo.
Amato chegou à presidência da marca após quatro anos como CMO, período em que cocriou a reinvenção do universo visual e estratégico da Oakley. À frente do reposicionamento batizado de "Future Genesis", ele imprime um discurso contemporâneo que conecta tecnologia, sensorialidade e lifestyle, afastando a performance de um lugar puramente funcional e aproximando-a da estética e da cultura.