A Adidas pediu ao Trademark Office dos Estados Unidos para rejeitar um pedido de marca registrada do movimento Black Lives Matter com três riscas paralelas, alegando que isso pode confundir o público.
A companhia havia contestado o uso das listras no Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos na segunda-feira (27). Mas, segundo uma pessoa ligada à empresa, houve receio de que os consumidores confundissem a disputa judicial com um ataque à missão do BLM, que luta contra o racismo.
Na ação, a Adidas mencionou que utiliza o design como marca desde 1952 e que o modelo praticamente igual adotado pelo BLM poderia levar os consumidores a associar as duas ideias.
A Black Lives Matter Global Network Foundation existe no país americano há uma década, mas ganhou destaque ao organizar protestos contra a morte violenta de George Floyd, que foi sufocado por um policial durante uma abordagem. O registro da marca que contem as três listras amarelas foi feito no mesmo ano, 2020, e vai estampar uma variedade de produtos.
(Foto: BLM)
A Adidas apresentou mais de 90 ações judiciais e firmou mais de 200 acordos relacionados com a marca das três riscas desde 2008, de acordo com documentos judiciais de uma ação que a empresa moveu contra a marca de moda do designer Thom Browne. Nesse caso, um júri decidiu em janeiro que as riscas da Thom Browne não violavam os direitos de marca registrada da Adidas.
A Adidas alega na sua declaração que o design é muito semelhante ao seu logotipo e que os consumidores provavelmente pensarão que os seus produtos estão relacionados ou são procedentes da mesma fonte.
A Adidas não quis comentar sobre o assunto. Representantes do grupo Black Lives Matter também não fizeram quaisquer declarações até ao momento.
O Trademark Office deu ao grupo Black Lives Matter o prazo até 6 de maio para responder.