Tweets do investidor e co-fundador do Hyperloop One e da Sherpa Capital, Shervin Pishevar, sugerem que Kobe Bryant estava considerando encerrar seu relacionamento de 17 anos com a Nike para criar a "Mamba", sua própria marca de tênis.
Pishevar tweetou na terça-feira (29) que se encontrou com Bryant por mais de duas horas, várias semanas antes de seu repentino trágico falecimento para discutir uma possível nova empresa de calçados sob a propriedade do ex-jogador. O empresário disse que a lenda do basquete não estava feliz com o compromisso de marketing e promoção da Nike relacionado a linha "Kobe".
"As vendas de seus modelos estavam meios apáticas e ele culpava a marca", disse Pishevar. "Embora tivesse uma linha de tênis de grande sucesso com a Nike, Kobe tinha como objetivo criar a 'Mamba', uma empresa de tênis com um modelo de negócios revolucionário", ressaltou.


(Fotos Reprodução - Twitter)
"Quase um ano após a morte prematura da lenda do Los Angeles Lakers, revelações devastadoras sugerem que Bryant estava planejando se separar de seu patrocinador de longa data em uma mudança destinada a perturbar toda a indústria", escreveu também Meredith Cash da Insider.com.
Acontece que Bryant não estava feliz com a forma como a Nike estava lidando com sua linha de tênis, de acordo com Pat Benson, o autor de "Kobe Bryant’s Sneaker History (1996-2020)"
"É chocante porque Kobe era a galinha dos ovos de ouro da Nike e habitualmente dominava a linha da empresa", disse Benson. "Muitos de seus fãs ficaram chateados com a forma como a Nike lidou com sua linha de assinatura após sua aposentadoria. É uma sensação redentora que Kobe também estivesse infeliz com isso", finalizou.
Pishevar mostrou em seus tweets duas imagens do design que ele supostamente mostrou a Bryant para o primeiro tênis da linha "Mamba". As fotos mostram um calçado todo preto com uma biqueira escamosa - provavelmente uma alusão ao apelido "Black Mamba".
Na parte de trás, Pishevar disse que um rastreador magneticamente se conectaria a um aplicativo para integrar recursos de treinamento e motivação.
(Protótipos do que seria o primeiro tênis da marca - Fotos Shervin Pishevar)
O empresário disse que tweetou sobre a reunião porque após um ano ela o fez "refletir sobre a grandeza que ele [Bryant] radiava naquele dia".
Pishevar também acrescentou que a marca "Mamba" não era apenas uma ideia, mas que Bryant estava realmente no processo de trazê-la à vida.
Imediatamente após a morte de Bryant, as vendas da linha "Kobe" dispararam. No próprio site da Nike, as pesquisas por "Kobe" não rendiam resultados de produtos no dia seguinte à sua morte, relatando a empresa que todas as mercadorias haviam se esgotado.
Na época, Krista Corrigan, analista de varejo da empresa de dados Edited, disse que os produtos relacionados a Kobe caíram 77% em disponibilidade. Dos 22 varejistas que vendiam os produtos de Bryant antes de sua morte, apenas sete ainda tinham produtos disponíveis no dia seguinte.
A plataforma de pesquisa de moda global Lyst informou em Abril que o tênis Nike Kobe 4 Protro "Carpe Diem" foi classificado como o quarto produto mais vendido do primeiro trimestre. No geral, as visualizações em páginas que vendiam tênis da colaboração entre Nike e Kobe aumentaram 733%, relatou.
Desde Dezembro, a Nike lançou apenas dois modelos de Kobe, sendo o último a nova versão Nike Kobe 6 Protro "Grinch" (que chegará ao Brasil no fim do mês), assim apelidado por sua semelhança com o vilão do clássico filme de véspera de Natal.
Se Kobe ainda estivesse vivo, provavelmente não haveria limites para o quão alto ele teria crescido em qualquer empreendimento que se propusesse.