Saiba por que Noah Lyles chegou primeiro na milimétrica prova dos 100m

Saiba por que Noah Lyles chegou primeiro na milimétrica prova dos 100m

Em uma das chegadas mais acirradas da história dos 100m rasos, o americano Noah Lyles ficou em primeiro no último domingo (04/08) e ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas Paris 2024.

No entanto, a prova foi além disso e quebrou um recorde na história da competição. Pela primeira vez na história da prova dos 100 metros em Jogos Olímpicos, todos os corredores da prova registraram um tempo abaixo dos 10 segundos. Para exemplo da dificuldade de tal feito, os atletas brasileiro tentam atingir a casa dos nove segundos no tempo em provas oficiais, mas não conseguem e tem isso como principal objetivo.

Voltando para a prova, se você, mesmo com vídeos e imagens por todos os ângulos, ainda não conseguiu entender por que Lyles foi considerado o vencedor da corrida, a explicação vem abaixo.

A diferença de Noah Lyles para o segundo colocado, o jamaicano Kishane Thompson, foi de apenas cinco milésimos: 9s784 contra 9s789. A olho nu, foi praticamente impossível dizer quem havia vencido. A divulgação da imagem da chegada milimétrica e dos tempos oficiais definiu a ordem do pódio, mas muita gente ainda ficou com dúvida.

Na prova dos 100m rasos, de nada adianta alcançar a chegada com as pernas, os braços ou com a cabeça: o que vale é o torso. O primeiro que cruzar a linha com o torso vence a corrida.

Outras disputas já tiveram corridas mais rápidas no passado, mas nenhuma corrida foi tão acirrada quanto esta. A tecnologia das câmeras e photo finish, posicionadas na linha de chegada, foram um dos fatores determinantes para provar que Lyles superou Kishane Thompson.

(photo finish — Foto: Omega / Getty Images)

(Imagem aérea da chegada na final dos 100m rasos — Foto: Richard Heathcote / Getty Images)

Noah correu na raia sete. Na imagem, é possível vê-lo chegando com o torso projetado sobre a linha, seu ombro direito até um pouco à frente. Thompson (na raia quatro) tem o pé direito quase inteiro do outro lado da linha, mas o torso ainda não cruzou por completo.

É o mesmo caso de Fred Kerley, também dos Estados Unidos - ele ficou em terceiro com o tempo de 9s81. Na imagem, ele está na raia três, com a perna direita esticada sobre a linha de chegada, mas com os ombros para trás.

Confira a classificação final, com os respectivos tempos: 

  • Noah Lyles: 9s784
  • Kishane Thompson: 9s789
  • Fred Kerley: 9s81
  • Akani Simbine: 9s82
  • Lamont Marcell Jacobs: 9s85
  • Letsile Tegobo: 9s86
  • Kenneth Bednarek: 9s88
  • Oblique Seville: 9s91 

Quando os atletas completaram a prova, o resultado demorou a sair. Nem os velocistas sabiam quem havia vencido. Tensos, Lyles e Thompson olhavam fixamente para o telão, que na sequência informou a vitória do americano.

O único recorde que segue intacto na prova é o do tempo, que segue nos braços de Usain Bolt com seu 9s64 estabelecido em Pequim.