Os detalhes da novela Messi x Barcelona

Os detalhes da novela Messi x Barcelona

Leonel Messi segue firme em sua decisão de deixar o Barcelona, sem mudar as estratégias e sem dar um passo atrás. Para o argentino e seus assessores, o aviso de que ele quer deixar o clube é válido e Messi poderia trocar de time de graça.

Por sua vez, Josep Maria Bartomeu i Floreta, dirigente esportivo e empresário do Barça, afirma que a cláusula era válida até 10 de Junho de 2020 e por isso não aceita a saída de sua maior estrela.

O contrato de Messi com o Barça permitia que ele deixasse o clube ao final da temporada 2019/20 se o craque avisasse o clube até a data citada por Bartomeu. Caso contrário, a multa de 700 milhões de euros (mais de R$ 4,5 bilhões) estaria válida. Os advogados do jogador afirmam que a anormalidade da temporada anula esta data.

A informação sobre uma possível permanência de Messi no Barcelona, algo que no início da semana parecia bem difícil (Jorge Messi, pai e agente do jogador, disse isso inclusive), também foi confirmada pelo influente jornalista argentino Martín Arévalo, da emissora TyC Sports.

- Há 90% de chance de Messi continuar em Barcelona. Messi está avaliando seriamente ficar em Barcelona até 2021 e sair pela porta grande no final do seu contrato – disse.

Atualmente, o jogador está seguindo as recomendações de seus representantes. Depois do envio do Burofax (que nada mais é do que um serviço disponível na Espanha que permite o envio de documentos urgentes a curto-prazo - em 24 horas -, com a certificação de uma terceira parte, juridicamente comprovando a veracidade do documento enviado - normalmente, quem faz esta comprovação são os próprios Correios), explicitando sua vontade de deixar o clube, o estafe do argentino afirma que ele não é mais jogador do Barcelona.

Por isso, ele não teria que se reapresentar com o elenco para os testes de coronavírus. Caso Messi se reapresentasse, ele assumiria, indiretamente, que seu contrato ainda é válido.

De acordo com os jornais espanhóis Marca e Sport, ao não se reapresentar e nem aparecer para treinar na segunda-feira (30), primeiro treino comandado por Ronald Koeman, Messi cometeu o que o acordo coletivo considera como uma "falta grave" e pode ser punido com suspensão do contrato e do salário. Caso o jogador falte no terceiro compromisso, passa a ser considerada uma "falta muito grave". 

Segundo o Onda Cero, o que está no contrato é: "Esta compensação não se aplicará quando a rescisão do contrato por decisão unilateral do jogador produzir efeitos a partir do final da época 2019/2020". Ou seja, não há a citação da data que Bartomeu afirma. Isso pode pesar contra o Barcelona.

(Foto Lluis Gene / AFP)

Apurações confirmam que o argentino deverá quebrar o silêncio em breve. Não há uma data exata para que isso aconteça, mas ele deve apresentar os motivos de sua intenção de deixar o Barcelona.

Barcelona e Messi estão dispostos a conversar para chegar a um acordo. O jogador não quer deixar o clube pela porta dos fundos, assim como o clube não quer perder o jogador gratuitamente.

Se não houver acordo, o que possivelmente aconteceria seria: - O Barça defenderia que não avisou da saída antes de 10 de junho e os advogados de Messi baseariam sua defesa no "pé da letra" do contrato e que a temporada terminou com o último jogo da campanha, a final da Liga dos Campeões, conforme evidenciado por vários documentos legais e circulares da FIFA a esse respeito.

Mas se Messi decidir romper seu contrato sem pagar a cláusula de 700 milhões de euros, ele pode sair de graça e se o Barça quiser, pode denunciá-lo por quebra de contrato, com um juiz decidindo. Se ele concordar com o jogador, assunto resolvido. Se concordar com o clube, Messi receberá uma multa que, segundo especialistas, seria bem inferior a 700 milhões de euros de sua cláusula.

Já em um terceiro cenário, enquanto uma batalha legal ocorre nos tribunais, um clube pode solicitar formalmente a transferência de Messi para completar sua contratação como agente livre. Nesse caso, a jurisprudência da Fifa prioriza o direito do trabalhador e obrigaria o Barcelona a conceder a transferência de Messi. Ou seja, o argentino poderia se transferir e jogar. Ninguém poderia negar. Nem Fifa, nem Uefa, nem LaLiga ou RFEF. O argentino teria uma transferência independentemente do que o tribunal decidir se Messi está certo ou se o FC Barcelona está certo. 

Esperaremos por cenas dos próximos capítulos.