Por Rodrigo Dhakor
A Rússia está banida dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 e de todos os grandes eventos esportivos mundiais por um período de quatro anos, anunciou na última segunda-feira (09) a WADA, Agência Mundial Antidoping.
O Comitê Executivo da WADA tomou essa decisão ao concluir que Moscou adulterou dados laboratoriais ao utilizar evidências falsas e apagar arquivos ligados aos resultados positivos de testes antidoping, que poderiam ter identificado o uso de substâncias ilegais em seus atletas.
O período de punição inclui também os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, em 2020, e a Copa do Mundo de Futebol de 2022 no Catar. A decisão de banir a Rússia dessas competições foi consenso entre os membros do comitê. "A lista completa de recomendações foi aceita em unanimidade", disse um porta-voz da entidade.
A Rússia está no centro do escândalo envolvendo doping por parte de seus atletas desde 2015, quando um relatório de uma comissão independente criada pela Wada alertou para provas de dopagem em grande escala e pediu que a Federação Russa de Atletismo fosse banida da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) por desrespeitar códigos antidoping.
A partir de agora, a Rusada perde novamente as suas credenciais. Caso a agência apele contra as sanções impostas pela WADA, o caso será encaminhado à Corte Arbitral do Esporte (CAS).
(Foto Reuters)
A punição permite que atletas russos que não estejam envolvidos nas fraudes em testes de doping participem dos principais eventos internacionais, mas sem representar sua bandeira e sem a execução do hino nacional.
País sede da última edição da Copa do Mundo, a Rússia também não vai poder organizar competições em seu território ao longo do período da punição. A única exceção é a Eurocopa de 2020, que terá jogos em diversas regiões da Europa, incluindo São Petersburgo.
Autoridades russas afirmam que a punição é injusta e a atribuem a supostas tentativas dos países ocidentais de deter a Rússia. O ministro russo dos esportes, Pavel Kolobkov, atribuiu no mês passado as discrepâncias nos dados de laboratório a questões técnicas.
A vice-presidente da Rusada (Agência Antidopagem Russa), Margarita Pakhnotskaya, afirmou que a decisão da WADA "já era aguardada" e que não foi surpresa ter sido tomada em consenso entre os membros do comitê, uma vez que nenhum de seus membros expressou qualquer apoio à Rússia.