Para muitos no Ocidente, a visão de asiáticos usando máscaras cirúrgicas trará de volta memórias surreais do (realmente preocupante) surto de SARS em Hong Kong em 2002. Em algumas semanas, o SARS se espalhou de Hong Kong para infectar indivíduos em 37 países - causando 774 mortes em todo o mundo. O incidente quase causou uma pandemia.
Na escala das coisas, no entanto, a SARS era pequena. Em 1918, uma pandemia grave realmente ocorreu. A gripe espanhola matou pelo menos 50 milhões de pessoas, sendo 23 milhões afetadas apenas no Japão. Agora, é amplamente aceito que a subcultura de máscaras de longa data do Oriente é um subproduto daqueles dias em que as pessoas tentavam qualquer coisa para impedir que o vírus entrasse em seus corpos e transformasse seus pulmões em muco.
Hoje, em 2020, vivemos novamente um estado de calamidade com o COVID-19. Um vírus que assola países e já ultrapassa a marca de 19 mil mortos no mundo todo. Por ser uma doença infecciosa e ter um alto índice de contaminação através de gotículas de saliva contaminada, uma das recomendações para evitar a propagação é o uso de máscaras. Um equipamento de proteção individual muito popular no oriente e que acabou sendo inserido no mundo da moda.
Independentemente da origem, as máscaras cirúrgicas são um grande negócio em toda a Ásia. No entanto, com o ganho de popularidade e uso cada vez maior em situações de proteção à saúde, ela ganhou nova utilidade: servir de acessório para compor look. Com isso, marcas começaram a adotar o item em suas coleções e a popularizá-lo. Nesse meio podemos citar: BAPE, Off-White, Anti Social Social Club e Supreme como algumas que ganharam um certo hype em cima das máscaras.
Máscara Off-White
Máscara Anti Social Social Club
Máscara Supreme
Máscara BAPE
Marcas de alta costura também já haviam aderido a moda e trouxeram a peça para as passarelas. Destaque para o desfile icônico de primavera/verão 2008 da Louis Vuitton que, ao comando de Marc Jacobs, vestiu suas modelos como enfermeiras usando máscaras cirúrgicas LV.
Atualmente, com a crise do coronavírus, a indústria da moda começou a se mobilizar contra a doença. Marcas começaram a realizar doações, produzir máscaras, álcool em gel, disponibilizar escritórios para virar centro de doações. No Brasil, a indústria nacional tem seguido os mesmos passos, principalmente após a recomendações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para que a população adote máscaras como uma barreira contra o Covid-19. Como o caso da
Marcas menores começaram a produzir suas próprias máscaras para venda como uma maneira de tentarem sobreviver à crise atual, mesmo podendo soar de maneira oportunista ou marketeira. Outras criaram a peça para realizar doações, como a Suí BR. Marca independente da zona leste de São Paulo que confeccionou máscara descartáveis feitas de TNT reutilizáveis e entregaram à idosos e pessoas que ainda estavam saindo para trabalhar.
Já os "cachorros grandes" como Reserva, Cantão, Água de Coco e Lenny Niemeyer depositaram suas energias na produção de milhares de máscaras para doação. Abaixo, nós listamos algumas das marcas nacionais que produziram o item:
Ratsuo
Altai Company
The Paradise
Apill Company
Two Sides Company