A São Paulo Fashion Week retornou no último dia 15 ao modo parcialmente presencial e a marca responsável por abrir esse recomeço foi a P. Andrade, comandada por Pedro Andrade, que assume também a PIET, e Paula Kim, uma das fundadoras da Lapô.
O "palco" foi a Pinacoteca de São Paulo, e teve uma instalação projetada pelo artista Tom Escrimin como plano de fundo. O cenário faz alusão a um parque arqueológico intocado, caracterizado por uma atmosfera remota que preserva histórias e segredos ainda a serem descobertos. Depois de descerem a passarela de metal que cruzava o local, os modelos desfilavam as roupas entre as grandes rochas pretas e caminhavam sobre as pedras que compunham o ambiente.
(Foto: Leco Viana / Thenews2)
As roupas usadas por eles deram a visão do que o novo mundo pós-pandêmico vai nos oferecer. A alfaiataria, possivelmente uma das maiores tendências nos últimos tempos, marcou presença no desfile da P. Andrade. Assim como o tão falado conforto, impresso por meio de jaquetas puffers e calças mais largas, com as barras tocando o chão.
Para a dupla responsável pela a marca, o desejo era falar sobre artistas e movimentos brasileiros, inspirando-se em grandes nomes da arquitetura, das artes plásticas e do design brasileiro. Em resumo: "Mostrar um Brasil visto de uma nova perspectiva".
(Foto: Leco Viana / Thenews2)
Entre os nomes citados pela dupla, como inspiração, estavam Affonso Eduardo Reidy, Lina Bo Bardi, Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. Além disso, a flora brasileira também foi fonte de inspiração, por meio das formas e características de vegetações típicas brasileiras e o contraste entre a leveza o aspecto "bruto" da arquitetura moderna.
Para as estampas, por sua vez, a marca convidou o artista plástico Walmor Corrêa para representar o estudo sobre contos brasileiros e sua relação com a natureza, por meio de estampas que narram a história de personagens do folclore, sob uma perspectiva quase científica.
Dessa forma, a coleção une alfaiataria com tecnologia e elementos esportivos, prezando pelos recortes, texturas e formas.
(Fotos: Caio Brito)
Pautada pela inovação, a marca utilizou materiais sustentáveis, como fibras recicladas, biodegradáveis e elementos bio-based, como por exemplo os sapatos a base de cacto. Quem também marcou presença, entre os calçados, foram os tabi boots, conhecidos popularmente por separar os dedos — como apresentou anteriormente a marca francesa Maison Margiela.
A paleta de cores navegava por diversos tons de cinza, até chegar no verde, refletindo a junção entre a arquitetura e a natureza de forma sutil, referenciando o mobiliário brasileiro moderno.
Confira: