Uma criptomoeda é um meio de troca, podendo ser centralização, centralizado ou descentralizado que se utiliza da tecnologia de Blockchain e da criptografia para assegurar a validade das transações e a criação de novas unidades da moeda.
O Bitcoin, a primeira criptomoeda descentralizada, foi criado em 2009 por um usuário que usou o pseudônimo Satoshi Nakamoto. Desde então, muitas outras criptomoedas foram criadas. Mais recentemente, tem-se assistido a um fenômeno de explosão de inúmeros tokens que têm sido criados com base no protocolo do Ethereum, principalmente após a onda massiva de Ofertas Iniciais de Moedas (usualmente referida como ICO, do inglês Initial Coin Offering) que ocorreu em 2017.
A computação quântica é a ciência que estuda as aplicações das teorias e propriedades da mecânica quântica na Ciência da Computação. Dessa forma seu principal foco é o desenvolvimento do computador quântico.
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Na computação clássica o computador é baseado na arquitetura de Von Neumann que faz uma distinção clara entre elementos de processamento e armazenamento de dados, isto é, possui processador e memória destacados por um barramento de comunicação, sendo seu processamento sequencial.
Entretanto os computadores atuais possuem limitações, como por exemplo na área de Inteligência Artificial (IA), onde não existem computadores com potência ou velocidade de processamento suficiente para suportar uma IA avançada. Dessa forma surgiu a necessidade da criação de um computador alternativo dos usuais que resolvesse problemas de IA, ou outros como a fatoração em primos de números muito grandes, logaritmos discretos e simulação de problemas da Física Quântica.
Juntando tudo em miúdos e chegando onde queremos, um dos pontos de discussão da computação quântica dentro do mundo das criptomoedas está no fato de que essa tecnologia pode ser uma ameaça ao Bitcoin. No entanto, segundo especialistas, o poder de processamento de uma máquina dessas está longe de conseguir quebrar a criptografia de uma moeda digital.
Contrariando as expectativas, Andersen Cheng, CEO da Post-Quantum, disse em entrevista ao Decrypt que "toda a criptografia, incluindo a do Bitcoin, será quebrada em cerca de dois anos pela tecnologia dos computadores quânticos".
A declaração de Cheng vai contra, inclusive, ao que foi dito por Sundar Pichai, atual CEO da Alphabet (dona do Google), em Janeiro deste ano, que declarou que a criptografia deve ser quebrada pela tecnologia quântica, sendo otimista, em cinco ou dez anos.
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Há muito tempo, o Google trabalha em avanços tecnológicos para que isso seja possível. No ano passado, a empresa informou que desenvolveu um chip que poderia fazer um cálculo complexo em apenas 200 segundos; isso em um computador convencional, o tempo para realização da mesma tarefa seria de dez mil anos.
No entanto, a previsão de Cheng não é apenas um palpite. O integrante da Post-Quantum trabalha com diversos órgãos que buscam avanço na área, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Agência de Inteligência e Segurança Cibernética do Reino Unido e o Government Communications Headquarters (GCHC). De acordo com o Decrypt, a afirmação do profissional se baseia nos avanços vistos nesses órgãos.
Por fim, Cheng admite que os governos já trabalham e investem muito no campo da tecnologia quântica para criar um supercomputador capaz de passar por toda e qualquer criptografia existente.
Atualmente, para que o computador convencional mais poderoso existente pudesse quebrar a criptografia do Bitcoin, levaria milhares de anos. Por isso há apostas no computador quântico que, segundo especialistas, poderá fazer isso em segundos.
Além disso, com uma tecnologia bastante avançada, seria possível minerar a criptomoeda em poucos minutos. No entanto, para a realização dessa tarefa o dispositivo deve contar com cerca de 4.000 qubit; o mais poderoso até o momento possui 58 qubits.
Esse abismo entre o cenário atual e o que seria considerado ideal para quebra da segurança, faz com que especialistas acreditem que a ameaça esteja longe de se tornar real.
Até que isso aconteça, os desenvolvedores de Blockchain já terão considerado a possibilidade e criado maneiras de garantir que as vulnerabilidades sejam consertadas.